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João Ximenes Braga usa referências literárias para analisar o Brasil em novo livro

“Necrochorume” é o líquido que resulta da decomposição dos cadáveres. Todo organismo vivo se decompõe. Isso vale tanto para indivíduos quanto para uma sociedade. Vale também para uma nação. Em agosto de 2016, o Brasil perdeu sua governante numa articulação que envolveu opositores, magistrados, militares, grandes empresários e interesses internacionais. Pouco tempo depois, o país contabilizava mais perdas – econômicas e sociais, sem falar nas perdas de direitos trabalhistas e humanitários.

A Operação Lava-Jato e a propagação de falsas notícias favorecem a ascensão da extrema direita ao poder. A inaptidão na gestão pública dá as cartas. A pandemia da Covid-19 só acentua o despreparo do Poder Executivo, que deixa a nação chegar à marca de mais de 600 mil mortos. As altas do dólar, da gasolina e de insumos solapam um país que volta ao mapa da fome.  Essa sucessão de retrocessos levou o escritor João Ximenes Braga a se debruçar sobre essa comédia de erros em que o Brasil se transformou. Esse país sufocado pela própria decomposição, entregue ao ódio e à intolerância, é descortinado em “Necrochorume e outros contos” (7 Letras), seu quinto livro, que marca sua volta à Literatura após um hiato de 11 anos – período em que dedicou-se à criação audiovisual.

 

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