O que os estudos até o momento relevam sobre os riscos de transmissão da Covid-19 pela placenta?
Maria Cecília Erthal: Nenhum estudo até agora, nos quais se tentou identificar a presença do vírus na placenta, líquido amniótico, sangue do cordão umbilical e/ou material coletado da orofaringe de bebês no exato momento do nascimento, realizado em mulheres com infecção confirmada pelo Coronavírus, demonstrou a passagem do vírus pela placenta, o que nos dá a evidência por enquanto, que não ocorre a transmissão vertical nos casos de gestantes com Covid 19.
Existe alguma indicação de que o contágio é mais comum pela placenta ou somente na hora do parto?
Maria Cecília Erthal: Não existe nenhuma evidência nos estudos científicos até agora que o vírus atravesse a barreira da placenta. A maioria dos bebês que se contaminaram foi após o nascimento.
Sabendo-se que para determinada gestante é indicada a vacina, como no caso daquelas de grupo de risco (a exemplo de obesas, hipertensas e diabéticas), existe um momento ideal da gestação para receber a vacina?
Maria Cecília Erthal: Os estudos não estabeleceram ainda esse momento ideal, porém como não existe a certeza dos efeitos da vacina no feto, e sabendo que o período da gestação que envolve maiores riscos no caso de infecção pelo Corona vírus, o ideal é evitar o primeiro trimestre, no qual está ocorrendo a formação do feto e priorizando dessa forma a imunização no segundo e terceiro trimestres da gestação.
Um caso recente nos Estados Unidos foi o primeiro de um bebê que já nasceu com anticorpos contra a Covid-19. A mãe tinha tomado a vacina da Moderna, três semanas antes de ter o bebê. É possível a mãe fornecer os anticorpos necessários, pelo cordão umbilical, de modo a imunizar o bebê contra a doença?
Maria Cecília Erthal: Sim. As vacinas que são utilizadas na gestação têm esse o objetivo, induzem o sistema imunológico da mãe a produzir anticorpos que atravessam a placenta e então passam a proteger o bebê.
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