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Adolescência em torno dos 40



Ter 40 e poucos anos, precisamente 42, enquanto escrevo esse artigo, nem de longe me destaca na fase da adolescência. Momento esse caracterizado pelo viço, frescor, juventude, enfim, mocidade. Mas se eu disser que é possível, na idade da loba, estar adolescente. É possível sim.
Sentindo-se viva. Experimentando o novo. Desconstruindo convicções as quais foi acostumada a vida toda. Dando um salto no escuro. Permitindo-se redescobrir-se. Enfim, são tantas as possibilidades.
Devo confessar que estou em processo de desconstrução do meu estereótipo. Fácil? Não, requer toda uma análise e todo um primeiro passo que, se bem dado, é libertador. Afinal, depois de uma certa idade, é permitido permitir-se.
Uns vão levar esse meu pensamento para um lado. Outros, para outro. Mas só cada um saberá a verdadeira demolição interior pela qual deve passar. Porque ninguém é o mesmo de ontem nem será o mesmo de amanhã.
E se hoje me sinto mais viva do que em momentos atrás, foi porque me permiti. Sem culpas, sem medos, sem anseios, sem nada calculado. Ora, a vida não é uma equação perfeita. E nas imperfeições tiramos lições, aperfeiçoamos o que é preciso e deixamos para trás o que não convém. Mas o que convém? Depende do seu momento de vida. Deriva de tudo ou de nada. E quando descobrir essa nova adolescência que se descortina a sua frente, seja muito bem-vindo à fase de sentir-se vivo, pleno e realizado. Esta é a juventude madura, sobre a qual não pesa o dedo indicador do erro, mas a mão firme que o impulsiona para novos voos.
Por Amanda Pieranti 




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