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Se eu pudesse nascer de novo

Vida Vivida - Por Amanda Pieranti


Proponho aqui a brincadeira dos três pontinhos, ou, a pouco usual reticência. Às vésperas de mais uma eleição, em nosso país "democrático" em que o voto é obrigatório, tenho pensado muito sobre o momento político do Brasil. E me pego fazendo a seguinte pergunta: "Se eu pudesse nascer de novo... Então, completo com pelo menos uma nova sugestão de futuro: "mudaria o lugar onde nasci". Está cada vez mais difícil ser brasileira e ter orgulho da nacionalidade. O povo só é lembrado diante da proximidade das urnas. Aí sim, cada um é importante como cidadão. Só se escuta que é importante exercer o direito de votar, que é um absurdo anular o voto, que é preciso ter esperanças porque o país está mudando para melhor. Mas melhor para quem? Para uma minoria...

Definitivamente, me causam arrepios os beijinhos e abraços distribuídos pelos candidatos em sua tarefa diária de corpo-a-corpo. Será que o povo não vê que os gestos acalorados só ocorrem nessas épocas? Ou alguém se recorda ou tem registros desse tipo de aproximação do povão em outros momentos? Queria tanto que isso mudasse.... Queria ler nos jornais, na internet, ouvir no rádio e ver na televisão que o número de empregos não só aumentou para o povão, mas para quem tem nível superior. Por que é fácil dizer que o índice de emprego subiu para pedreiro e outras carreiras mais simples. Não estou aqui desmerecendo nenhuma função, mas o Brasil vive de todos e não só de uma classe.

É duro ser o Quarto Poder e se ver "desapoderado" de respeito, dignidade, qualidade de vida, sem direito a reconhecimento de um diploma tão suado e conquistado por mérito. Mas pior é ver milhões de brasileiros sem direito à saúde, educação, segurança e bem-estar. E você, se pudesse nascer de novo, completaria os três pontinhos com o que?

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