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Você tem amigos de verdade?


Vida Vivida - Por Amanda Pieranti

As redes sociais vieram para ficar, mas o que também acaba ficando, é uma cultura da proximidade virtual, porque a real, acontece com poucos dos zilhões de amigos cadastrados em nossos perfis. Falo isso porque dá para medir fácil, fácil, por exemplo, quando fazemos aniversário. Quantos telefonemas de seus  "amigos" facebookianos você recebe e quantos posts de felicitações pela data constam em sua página? Certamente a segunda opção é bem mais numerosa. É aí que questiono a frieza das redes sociais.
Se você é só um amigo de Facebook do aniversariante do dia, ignore os próximos comentários. Mas se não é, pare e reflita sobre o que está fazendo com a amizade de vocês. Afinal, se você se diz tão amigo da pessoa, como é que não tem um segundo para fazer uma ligação e felicitá-la "pessoalmente", ou melhor, por voz? Discutível amizade, não?
 A chamada globalização tem esses efeitos mesmo. Faz de conta que você é tão próximo daqueles zilhões de amigos no Face que você acredita que aqueles lindos votos de felicidade, saúde, paz, amor, dinheiro no bolso o contentarão. Eu, sinceramente, agradeço a todos os que postaram lindas palavras no meu Face, mas valorizo muito mais aquela ligação calorosa. Umas chegam até a surpreender!
 Senão, a gente fica muito "virtualizado". Eu convido pela rede social, eu brigo pela rede social, eu amo pela rede social, eu viajo pela rede social, eu discuto pela rede social, enfim, faço quase tudo pela rede social. Nada, ainda, substitui, o contato humano. Nada substitui o olho no olho, as palavras bem colocadas, as entonações e os gestos sem palavras. Não estou falando, aqui, para você sair ignorando os parabéns quando o Facebook lhe lembrar de que tal pessoa aniversaria. Imagina. Coloque o post, mas se ela é tão sua amiga do peito, ligue para ela. Em tempos em que o amor está esfriando cada vez mais, atitudes do passado fazem o presente e o futuro bem melhor. Chego a sentir  saudades das cartinhas que eram trocadas entre namorados, amigos, familiares... Daquele cartão de Natal remetido pelo Correio. Ah, eu sinto falta, sim...
É apenas uma observação simplista da coisa, mas que nas entrelinhas tem um significado amplo e que muitos não percebem. Eu continuo priorizando as amizades reais às virtuais, ligando para dar os parabéns, para dar um oi, para saber como o outro está. Faço das redes sociais um algo mais das atitudes que espero sempre preservar. Se o Facebook ajuda a reencontrar pessoas que perdemos na correria da vida, cabe a nós torná-las mais próximas independentes das muletas da tecnologia. Proponho uma nova atitude. Uma desintoxicação facebookiana. #ficaadica

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