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Não devemos murmurar

Por Amanda Pieranti

Esta semana aconteceram fatos que me deixaram um pouco desanimada. Uma sucessão de acontecimentos em que acabamos pensando: "A maré de azar está grande!". Quem nunca passou por momentos difíceis, não é? Em que  nosso orçamento do mês fica para lá de estourado, no trabalho ocorrem  situações em que você é forçado a engolir sapos, etc. Sejam situações pequenas ou grandes,nos exigem raciocínio imediato, decisões rápidas e certeiras. Há uma sensação de bateria descarregada e a gente pensa que não vai dar conta. E o que vem à mente é: "Por que tudo comigo é mais difícil?" ou "O que eu fiz a Deus para merecer isso?" Pois é, estamos  agindo erradamente, querendo acertar...


O bom disso tudo é que o peso da idade e dos próprios acontecimentos nos fazem ganhar experiência. Ou seria amadurecimento? Nunca pensei que fosse dizer isso. Mas já estou quase com 39. Se não aprendesse  alguma coisa com as pauladas da vida, quando é que aprenderia? Aliás, vivo aprendendo quando me permito refletir, especialmente nos momentos mais difíceis. E sempre que algo parece sem solução, me remeto ao pior momento da vida: o dia em que meu único irmão partiu. Desde 4 de setembro de 2007 que não sou mais a mesma pessoa. Porque  aprendi a valorizar mais os momentos felizes do que os de tristeza; mais os momentos vitoriosos do que os derrotados (aparentemente,
claro). Afinal, tenho vida vivida com saúde, com esperanças que se renovam, às vezes aos trancos e barrancos, mas estão lá, prestes a  serem acionadas quando se para e pensa. Se Deus fez o mundo em 7 dias, porque eu teria um prazo mínimo para resolver as coisas? Também não  poderia aprender tudo de forma rápida, pois este lucro só vem com a  idade. Não temos a ganhar só em rugas, flacidez, menos disposição  física e por aí vai. Ganhamos com a sabedoria.
E com a partida do meu irmão, eu fui me tornando mais forte, ao mesmo  tempo que me tornei mais sensível. Contraditório, ao primeiro instante  né?  Mas faz todo sentido. Simplesmente porque vejo que meu irmão  daria tudo para estar aqui, resolvendo os problemas que a vida estaria  impondo a ele. E no entanto ele foi embora no auge da plenitude de sua existência. Mas ao pensar que não seriam problemas financeiros, profissionais ou de ordem pessoal que o desanimariam, que me revigoro e sigo em frente.
Situações de dificuldades nos impulsionam a seguir. Sempre. Afinal, o gostinho da vitória é maior quanto maiores são os obstáculos. E se  você está vivo, com saúde, o que lhe impede a lutar, a superar cada dificuldade? Que tal espantar o desânimo agora? Se murmurar adiantasse alguma coisa, os ranzinzas seriam muito mais felizes. Com a certeza de  que temos o bem maior, a vida, presente gratuito que Deus nos deu, é mais fácil seguir. Então, fé e confiança Nele, que o caminho será mais fácil de percorrer.

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