Por Anderson Muniz Algumas vezes, não raro, quando estamos fazendo algo que em nada se relaciona com uma dada ideia, sentimos, de repente, a doce sensação de uma súbita compreensão. Por razões que não cabem explicar neste momento, estava eu a preparar o que seria minha última aula a compartir com meus alunos de um juvenil 3º ano. O tema: As Artes na Espanha do início do século XX. Devo confessar que, a princípio, não estava muito inspirado para tal empreitada. O motivo; os resultados do último projeto "artístico" pedagógico da escola. Movidos por um pós-modernismo inconsciente, num arroubo criativo, pichações em placas, teatralizações de fuzilamentos sumários e fotos de prováveis delinquentes se converteram na "arte" que adornava as paredes e colunas do pátio da escola, produto de nossa rubra educação, formadora de revolucionários de camas desarrumadas que nem consciência tem da própria inconsciência. Mas, arrebatado por um perigoso sentimento messiânico qu