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Mais empatia nas diferenças

Somos todas diferentes, mas manufaturadas. Parece que apesar de nossas diferenças gritantes, de nossas peculiaridades, de nossas identidades tão singularmente construídas, há um elemento comum que nos une. Somos feitas de carne e osso e muita força. É certo que umas nascem ricas e a maioria pobres. Que umas são focadas na estética e adoram um espelho, enquanto outras esquecem um pouco da vaidade e se importam mais com qualquer coisa. Que umas têm ótima relação com os pais, outras não os conhecem, ou cortaram relações. Algumas sonham em casar, outras em divorciar, e tem aquelas que nem estão preocupadas com isso. Tem quem goste de usar vestido, tem que goste de estampas, e algumas de nós que odeiam tudo isso.  
Não importa, na verdade, quais seus gostos, sua cor, sua opção sexual, sua profissão, sua classe social. Importa que você é mulher, tem seus dilemas, suas conquistas, seus medos, seus sonhos, suas cicatrizes, suas marcas, seus amores, seus desamores, suas dificuldades. A verdade é que temos que parar de comparar sofrimento. Parar de achar que o meu é pior. E que eu estou sempre certa. E que o seu, o diferente, está errado.
Sempre tive certa pena de quem acredita que no comportamento humano existe certo e errado. Somos frutos de uma cultura, de uma criação, de um tempo, de um território, das nossas relações. Seus dilemas são tão importantes quanto os meus. Seu sofrimento é tão dolorido quanto o meu. Suas mágoas são tão indesejáveis quanto as minhas. Proponho uma nova abordagem. Não vamos mais fingir que não fazemos tudo isso. Vamos tentar ser um pouco mais solidárias, um pouco mais empáticas, um pouco menos violentas. Precisamos nos respeitar. E aí, quem sabe, o mundo fique um pouco mais bonito para todas nós! 
 Por Izabella de Macedo  - escritora, advogada e autora do Livro “Mulheres Normais” 

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