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O fim da profissão?

Todos os dias centenas ou milhares de profissionais da imprensa sentam-se a frente do computador para escrever suas matérias sobre o cotidiano do estado, do país, do mundo..., noticias sobre violência, crise na saúde, na educação, no governo, na política... São informações que esclarecem, ajudam a formar opinião e, ao mesmo tempo, preocupam a população. Paralelo a isso uma crise silenciosa, dura, cruel, vem preocupando, consumindo e eliminando esses mesmos profissionais sem que ninguém perceba e, o pior, sem que nenhum veículo, nenhum meio de comunicação noticie com a real veracidade, os fatos. O famoso Passaralho – jargão jornalístico que se refere à demissão em massa nas redações – esvazia as redações, enfraquece a apuração dos fatos e consequentemente traduz meios de comunicação cada vez mais fracos de notícias e de verdades. Nos últimos trinta dias já foram centenas de profissionais cortados que enfrentam agora a dura e nova realidade: começar de novo sem saber onde.  
Como tudo tem dois ou mais lados, em outra ponta dessa história estão às faculdades de comunicação que recebem novos alunos a cada semestre e ao mesmo tempo formam mais e mais profissionais. O que farão esses jovens? Onde começarão suas vidas? À medida que profissionais são cortados, veículos acabam e com isso as possibilidades diminuem.
Em outro vértice os profissionais demitidos buscam alternativas fora das redações, nas famosas e crescentes assessorias de imprensa. Entretanto, uma pergunta vem circulando nessas empresas: onde publicar as notícias se os jornais acabaram, se as rádios diminuíram seus espaços, se as TV`s estão encolhendo o noticiário? Há quem aposte tudo na internet, mas apesar de a rede ter crescido muito de bons veículos, ainda existe o preconceito. Se o cliente não encontrar no clipping o seu produto publicado nos impressos ele acha que o trabalho não foi de qualidade.
E por fim, na outra extremidade estão: população – consumidora de informação -, e governo (políticos) – que geram notícias boas e ruins a cada dia. Mas quem ganha e quem perde nessa história toda? A população perde informação. Os governantes, de maneira geral ganham, pois com menos notícias circulando e ignorância crescendo, o fortalecimento do poder através das manobras os enriquecem a cada dia, e afastam o fantasma da reação popular.  
Muitos se queixam da falta de organização da profissão por não ter um órgão como conselho regional e federal que atue verdadeiramente na defesa e na tentativa de soluções. 
Para os mais otimistas a solução esta na reformulação da profissão, da migração total ou quase total para a internet. Tudo bem, isso é uma saída, mas quanto tempo levará essa reorganização do mercado? Haverá lugar para todos? Os salários serão atraentes? A qualidade da notícia será a mesma?
Quem viver verá. 

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