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João Roberto Kelly, Rei das Marchinhas, contesta censura à música

João Roberto Kelly (82), mais conhecido como “Rei das Marchinhas”, se apresentou nesta quarta-feira , 19, no Teatro Rival Refit. O compositor participou de um bate-papo com a nossa equipe.

  •  Você é o Rei das Marchinhas e por isso gostaria de saber como você vê nesse momento em que não podemos cantar, por exemplo, "Olha a Cabeleira do Zezé" porque é racismo e por aí vai.
João Roberto: Acho politicamente incorreto, uma coisa descabida. Claro que pode, todo mundo canta e gosta, não é nada demais. Acho que o politicamente correto está um pouquinho exagerado. Quem proibiu? Isso é censura, que conheci infelizmente no tempo da ditadura.
  •  Como você olha o Carnaval dos dias atuais?
João Roberto: Evoluiu, o carnaval hoje é uma festa que domina o Brasil inteiro, temos carnaval em todos os estados. Existem defeitos, como em tudo, mas as virtudes são muito maiores e a alegria domina. Vamos ter um carnaval maravilhoso esse ano porque ele evoluiu mesmo com todos os problemas.
  •  De onde você tira inspiração para compor tanta coisa boa?
João Roberto: Do dia a dia, quando eu sinto algo interessante ou curioso eu procuro fazer uma marchinha ou um samba, são indicações das pessoas e da vida.
  • Você gosta de desfile de escola de samba? Torce por alguma?
João Roberto: Gosto muito, fui inclusive presidente da Rio Tour, é algo difícil de cumprir. Mas eu torço pela Mangueira, a escola mais tradicional do Rio de Janeiro. Fico triste que o Império Serrano não está participando da divisão principal, porque o Império, Mangueira e Salgueiro pra mim são as três grandes escola tradicionais do carnaval brasileiro, não desfazendo das demais, sou também admirador da Beija-Flor.
  • Pra você qual o maior e mais importante personagem do carnaval carioca?
João Roberto: É difícil dizer porque o carnaval tem muitos, cada um no seu setor. Mas vou citar uma saudade, de um que mexeu com as escolas de samba, e eu gostava e respeitava muito, o carnavalesco Joãozinho Trinta. Conheci-o no Teatro Municipal e depois ele se tornou um grande carnavalesco, mudou a cara do carnaval.

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