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Ney Matogrosso: “o mundo está mais careta hoje do que nos anos 70”

Segunda-feira, o GNT Fashion dedica um episódio inteiro a Ney Matogrosso e seu legado criativo para a moda brasileira. Lilian Pacce acompanhou a abertura da exposição em homenagem aos 40 anos de carreira do artista. Com curadoria do carnavalesco Milton Cunha, Cápsula do Tempo: identidade e ruptura no vestir de Ney Matogrosso conta com aproximadamente 30 figurinos, selecionados dentre as 220 peças doadas por Ney para o Senac-SP. Após o evento, as roupas e acessórios ficaram disponíveis em um espaço permanente para pesquisas. 
Durante o bate-papo com Lilian, Ney de Souza Pereira, mais conhecido como Ney Matogrosso, relembrou sua infância, o pai militar e a educação rígida que o impulsionaram, nos anos 70, à transgressão. Ele falou também sobre o início da carreira na banda Secos & Molhados, sua relação com a nudez e o uso do rosto pintado. “Descobri, quando pintei o rosto, que aquilo me dava um poder sobrehumano”.
Polêmico e contundente, Ney defendeu que “o mundo está mais careta hoje do que nos anos 70”. Ele fez comentários ainda sobre o movimento gay, sobre a androginia do seu visual e a influência que Carmem Miranda exerceu em seu trabalho e figurinos. “Nunca me travesti. Sempre gostei de ser do sexo masculino, mas não ser restrito a ele”, completou. 
O programa também mostra depoimentos do estilista Dudu Bertholini e da cantora Ivete Sangalo sobre a influência de Ney para a moda e para a música. “Ele é uma das figuras mais relevantes da cultura brasileira”, derramou-se Dudu. O estilista ainda afirmou que o homenageado é “o grande figurinista dele próprio”. Ivete fez coro: “Ney Matogrosso nos presenteia com uma exposição de seus figurinos. Uma exposição dele próprio. O que ele veste é uma extensão do que ele é: transparente, tem muito brilho, muita cor e muita sensualidade”. 

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